Foto: Arte vindima na propriedade da Vinícola Salton.
Não se pode apontar precisamente o
local à época em que o vinho foi feito pela primeira vez, do mesmo modo que não
sabemos quem foi o inventor da roda. Uma pedra que rola é um tipo de roda; um
cacho de uvas caído, potencialmente pode se tornar um tipo de vinho. O vinho
não teve que esperar para ser inventado: ele estava lá, onde quer que uvas
fossem colhidas e armazenadas em um recipiente que pudesse reter seu suco.
Há 2 milhões de anos já coexistiam as
uvas e o homem que as podia colher. Seria, portanto, estranho se o
"acidente" do vinho nunca tivesse acontecido ao homem nômade
primitivo. Antes da última Era Glacial houve seres humanos cujas mentes estavam
longe de ser primitivas, como os povos Cro-Magnon que pintaram obras primas nas
cavernas de Lascaux, na França, onde os vinhedos ainda crescem selvagens. Esses
fatos fazem supor que, mesmo não existindo evidências claras, esses povos
conheceram o vinho.
Os arqueologistas aceitam acúmulo de
sementes de uva como evidência (pelo menos de probabilidade) de elaboração de
vinhos. Escavações em Catal Hüyük (talvez a primeira das cidades da humanidade)
na Turquia, em Damasco na Síria, Byblos no Líbano e na Jordânia revelaram
sementes de uvas da Idade da Pedra (Período Neolítico B), cerca de 8000 a.C. As
mais antigas sementes de uvas cultivadas foram descobertas na Georgia (Rússia)
e datam de 7000 - 5000 a.C. (datadas por marcação de carbono). Certas
características da forma são peculiares a uvas cultivadas e as sementes
descobertas são do tipo de transição entre a selvagem e a cultivada.
A videira para vinificação pertence a
espécie Vitis vinifera e suas parentes são a Vitis rupestris, a Vitis riparia e aVitis aestivalis, mas
nenhuma delas possui a mesma capacidade de acumular açúcar na proporção de 1/3
do seu volume, nem os elementos necessários para a confecção do vinho. A
videira selvagem possui flores macho e fêmea, mas raramente ambas na mesma
planta. A minoria das plantas são hermafroditas e podem gerar uvas, mas quase a
metade do número produzido pelas fêmeas. Os primeiros povos a cultivar a
videira teriam selecionado as plantas hermafroditas para o cultivo. A forma
selvagem pertence a subespécie sylvestris e a cultivada à subespécie sativa.
As sementes encontradas na Georgia
foram classificadas como Vitis
vinifera variedade sativa, o que serve de base
para o argumento de que as uvas eram cultivadas e o vinho presumivelmente
elaborado. A idade dessas coincide com a passagem das culturas avançadas da
Europa e do Oriente Próximo de uma vida nômade para uma vida sedentária,
começando a cultivar tanto quanto caçavam. Nesse período começam também a
surgir, além da pedra, utensílios de cobre e as primeiras cerâmicas nas margens
do Mar Cáspio.
O kwervri (um jarro de argila), existente no
museu de Tbilisi, na Georgia, datado de 50000 - 6000 a.C, é outra evidência
desse período. No mesmo museu existem pequenos segmentos e galhos de videiras,
datadas de 3000 a.C., e que parecem ter sido parte dos adornos de sepultamento,
talvez com significado místico de serem transportadas para o mundo da morte
onde poderia ser plantada e dar novamente prazer.
Além das regiões ao norte dos
Caucásos (Georgia e Armenia), a videira também era nativa na maioria das
regiões mais ao sul, existindo na Anatólia (Turquia), na Pérsia (Irã) e no sul
da Mesopotâmia (Iraque), nas montanhas de Zagros, entre o Mar Cáspio e o Golfo
Pérsico. É possível que as videiras da região dos Cáucasos, tenham sido levadas
pelos fenícios da região onde hoje é o Líbano para toda a Europa e seriam as
ancestrais de várias das atuais uvas brancas. Recentemente, foi encontrada no
Irã (Pérsia), uma ânfora de 3.500 anos de contendo no seu interior uma mancha
residual de vinho.
É provável que o Egito recebia suas
videiras, pelo rio Nilo, de Canaã (Líbano, Israel, Jordânia e parte da Síria)
ou da Assíria (Parte do Iraque e da Arábia Saudita) ou, ainda da região
montanhosa da Núbia ou da costa norte da África.
Há inúmeras lendas sobre onde teria
começado a produção de vinhos e a primeira delas está no Velho Testamento. O
capítulo 9 do Gênesis diz que Noé, após ter desembarcado os animais, plantou um
vinhedo do qual fez vinho, bebeu e se embriagou. Entre outros aspectos
interessantes sobre a história de Noé, está o Monte Ararat, onde a Arca ancorou
durante o dilúvio. Essa montanha de 5.166 metros de altura é o ápice dos Cáucasos
e fica entre a Armênia e a Turquia. Entre as muitas expedições que subiram o
monte a procura dos restos da Arca, apenas uma, em 1951, encontrou uma peça de
madeira.
A questão mais complicada é onde morou
Noé antes do dilúvio. Onde quer que ele tenha construído a Arca, ele tinha
vinhedos e já sabia fazer o vinho. As videiras, lógicamente faziam parte da
carga da Arca. Uma especulação interessante é que Noé teria sido um dos muitos
sobreviventes da submersão de Atlântida. Uma lenda basca celebra un herói
chamado Ano que teria trazido a videira e outras plantas num barco.
Curiosamente, o basco é uma das mais antigas línguas ocidentais e
"ano" , em basco, também significa vinho. Na Galícia também existe
uma figura legendária denominada Noya que os sumérios da Mesopotâmia diziam ser
uma espécie de deus do mar denominado Oannes. Também interessante é que, na
mitologia grega, Dionísio, deus do vinho, foi criado por sua tia Ino, uma deusa
do mar, e a palavra grega para vinho é "oinos".
O épico babilônico Gilgamesh, o mais
antigo trabalho literário conhecido (1.800 a.C.) também conta uma
história de Upnapishtim, a versão babilônica de Noé. Esse homem também
construiu uma Arca, encheu-a de animais, atracou-a numa montanha, soltou
sucessivamente três pássaros sobre as águas e finalmente sacrificou um animal
em oferenda aos deuses. No entanto, Upnapishtim não fez vinho. O vinho aparece
em outra parte dos escritos, na qual o herói Gilgamesh entra no reino do sol e
lá encontra um vinhedo encantado de cujo vinho obteria, se lhe fosse permitido
bebê-lo, a imortalidade que ele procurava.
O vinho está relacionado à mitologia
grega. Um dos vários significados do Festival de Dionísio em Atenas era a
comemoração do grande dilúvio com que Zeus (Júpiter) castigou o pecado da raça
humana primitiva. Apenas um casal sobreviveu. Seus filhos eram: Orestheus, que
teria plantado a primeira vinha; Amphictyon, de quem Dionísio era amigo e
ensinou sobre vinho; e Helena, a primogênita, de cujo que nome veio o nome da
raça grega.
A mais citada de todas as lendas sobre
a descoberta do vinho é uma versão persa que fala sobre Jamshid , um rei persa
semi-mitológico que parece estar relacionado a Noé, pois teria construído um
grande muro para salvar os animais do dilúvio. Na corte de Jamshid, as uvas
eram mantidas em jarras para serem comidas fora da estação. Certa vez, uma das
jarras estava cheia de suco e as uvas espumavam e exalavam um cheiro estranho
sendo deixadas de lado por serem inapropriadas para comer e consideradas
possível veneno. Uma donzela do harém tentou se matar ingerindo o possível
veneno. Ao invés da morte ela encontrou alegria e um repousante sono. Ela
narrou o ocorrido ao rei que ordenou, então, que uma grande quantidade de vinho
fosse feita e Jamshid e sua corte beberam da nova bebida.
Os mesopotâmios também eram bebedores
de vinho. A Mesopotâmia (Iraque) está situada entre os rios Tigre e Eufrates
que correm ao sul dos Cáucasos (o Eufrates nasce no Monte Ararat) e correm até
o Golfo Pérsico, numa região plana, quente e árida, uma antítese da região
adequada para vitivinicultura. Os sumérios aí se estabeleceram entre 4.000 a
3.000 a.C. e fundaram as cidades de Kish e Ur. De Kish provém as primeiras
forma de escrita, os pictogramas, desenhados com estilete em argila úmida.
Entre estes escritos há uma folha de uva. Os mesopotâmios tentaram mais
tardiamente o plantio de videiras, mas, origininalmente, importavam o vinho de
outras regiões. Há registros de que dois séculos e meio depois o rio Eufrates
foi usado para transporte de vinho da região da Armenia para Babilônia, a
cidade que sucedeu Kish e Ur.
Na Mesopotâmia os sumérios originaram
os semitas e Mari foi sua principal cidade, até que o Imperador Hammurabi
fundou Babilônia (próxima de Bagdá) em 1790 a.C.
Os hititas que ocuparam por volta de
2.000 a.C. a região da Anatolia (Turquia) parecem ter sido entusiastas do
vinho, julgando-se pela exuberância dos frascos criados para servir e tomar o
vinho (cálices e frascos em forma de cabeça de animal feitos em ouro).
A propósito, o código de Hammurabi e o
código dos hititas são os dois primeiros livros sobre leis de que temos
conhecimento e ambos fazem referência aos vinhos. No código de Hammurabi há
tres tópicos relacionandos com as "casas de vinho". O primeiro diz
que "a vendedora de vinhos que errar a conta será atirada à agua"; o
segundo afirma que "se a vendedora não prender marginais que estiverem
tramando e os levar ao palácio seria punida com a morte"; a última diz que
"uma sacerdotiza abrir uma casa de vinhos ou nela entrar para tomar um
drinque, será queimada viva".
Havia um grande intercâmbio comercial,
incluindo-se aí a uva e o vinho, entre os impérios peri-mediterrâneos. Ugarit
(agora Latakia) e Al-Mina, na Síria, e, posteriormente, Sidon e Tyre, mais ao
sul, foram importantes portos comerciais e eram controlados pelos Cananeus a
serviço do Império Assírio. Nessa região da costa mediterrânea, os fenícios,
que sucederam os Cananeus e inventaram o alfabeto, fundaram outras cidades
comerciais como Cartago e Cádiz. Alexandre o Grande conquistou toda a região e
fundou Alexandria, um porto neutro no delta do Nilo, habitado por gregos,
egípcios e judeus.
Os egípcios não foram os primeiros a
fazer vinho, mas certamente foram os primeiros a saber como registrar e
celebrar os os detalhes da vinificação em suas pinturas que datam de 1.000 a
3.000 a.C. Haviam, inclusive, expertos que diferenciavam as qualidades dos
vinhos profissionalmente. Nas tumbas dos faraós foram encontradas pinturas
retratando com detalhes várias etapas da elaboração do vinho, tais como: a
colheita da uva, a prensagem e a fermentação. Também são vistas cenas mostrando
como os vinhos eram bebidos: em taças ou em jarras, através de canudos, em um
ambiente festivo, elegante, algumas vezes, licencioso. O consumo de vinho
parece ter sido limitados aos ricos, nobres e sacerdotes. Os vinhedos e o vinho
eram oferecidos ao deuses, especialmente pelos faraós, como mostram os
registros do presente que Ramses III (1100 a.C.) fez ao deus Amun.
Um fato muito interessante e que mostra
o cuidado que os egípcios dedicavam ao vinho é a descoberta feita em 1922 na
tumba do jovem faraó Tutankamon (1371-1352 a.C.). Foram encontradas 36 ânforas
de vinho algumas das quais continham inscrições da região, safra, nome do
comerciante e até a inscrição "muito boa qualidade!".
Quando do surgimento do Egito (por
volta de 3.000 a.C.), os precursores dos gregos ocuparam quatro áreas
principais em volta do mar Egeu: o sul e centro-leste da Grécia, a ilha de
Creta, as ilhas Cicládicas no sul do Egeu e a costa noroeste da Asia Menor.
Nessas regiões foram cultivadas oliveiras e videiras, duas novas culturas que
acrescentaram nova dimensão à dieta primitiva de milho e carne e que podiam
crescer em terras pobres e pedregosas para o cultivo de grãos. O azeite de
oliva e o vinho foram poderosos estímulos ao comércio e, consequentemente, à
troca de idéias . O vinho, em particular, trouxe uma nova dimensão nas relações
pessoais e comerciais, na medida em que leva naturalmente a festividades, confidencias
e senso de oportunidade.
No ano 2.000 a.C. Creta era
desenvolvida, em parte pelo contato com o Egito, mas por volta de 1.500 a.C.
foi superada por Micena, situada no sul da Grécia, cujo povo era mais
agressivo, inclusive como comérciantes e colonizadores. Os micênios visitaram
desde a Sicília, no oeste, até a Síria, no Leste. Sob liderança de Agamenon,
juntamente com seus vizinhos espartanos sitiaram Tróia. O gosto dos gregos pelo
vinho pode ser avaliado pela descoberta recente da adega do rei Nestor, de
Pilos, cidade da Peloponésia (sul da Grécia). A capacidade da adega do rei foi
estimada em 6.000 litros, armazenados em grandes jarras denominadas
"pithoi". O vinho era levado até a adega dentro de bolsas de pele de
animal que deviam contribuir para a formação do buquê do vinho.
Na Ilíada Homero fala de vinhos e
descreve com lirismo a colheita durante o outono. O poeta também fala de vinhos
nas narrativas da guerra de Troia e cita a ilha de Lemnos, no mar Egeu, como a
fornecedora de vinho para as tropas que sitiavam Troia, cujo vinho era
proveniente da Frígia.
Homero também descreve os vinhos
gregos ao narrar as viagens de Odis-seu e entre eles está o vinho do sacerdote
Maro: vinho tinto, com doçura do mel e tão forte que era diluído com água na
proporção de 1:20. Quando foi aprisionado na, costa da Sicília, pelo cíclope
Polifemus, Odisseu ofereceu-lhe o vinho de Maro como digestivo. Como o cíclope
estava acostumado com o fraco vinho da Sicília, após tomar o vinho forte caíu
em sono profundo, o que permitiu a Odisseu extrair-lhe o ôlho.
Entre 1.200 e 1.100 a.C. os dóricos,
selvagens vindos do norte, devastaram Micena e outros impérios do Oriente
Próximo, que, exceção feita ao Egito, caíram nessa época. Foi o período negro
da história da Grécia. Até a arte de escrever foi perdida. Após esse período,
os novos gregos tiveram mais energia e inteligência que os seus predecessores.
Em dois séculos o Mar Egeu tornava-se novamente o centro das atividades
criativas. O alfabeto é adotado e a linguagem escrita renasce entre 900 e 700
a.C. Nessa época os gregos, incluindo os refugiados de Micena transformaram as
costas da Frígia (terra dos hititas) e da Lídia na "Grécia Oriental",
trazendo sua agricultura de oliva e uva. Atenas, que não fora inteiramente
destruída pelos dóricos, começava a sua liderança artística e cultural.
Um novo período se iniciou e os
habitantes da Eubéia, na costa leste da Grécia Central chegaram a ilha de
Chipre e a Al-Mina (na Síria) e fundaram na Itália as cidades de Cumae e Naxos,
esta última na Sicília. Colonizadores de outras regiões da Grécia cruzaram o
mar e fundaram outras cidades na Itália, como os corintos que fundaram Siracusa
(na Sicília) e os habitantes de Rodes que fundaram Gela (na Sicília) e Naepolis
(hoje Nápoles) . Os acênios, do norte da Peloponésia, fundaram Sybaris e
Poseidonia (hoje Paestum) na Campania. Os espartanos fundaram Tarentum (hoje
Taranto). Os ateniences chegaram à Lombardia onde fizeram contato com os
etruscos.
Deste modo, a expansão da cultura
grega fez com que a Sicília e a "ponta da bota" da Italia fossem
designadas, nessa época, "a Magna Grécia", também chamada de
"Oenotri", a terra dos vinhos.
Nessa era de intensa procura por novas
terras, ocorreu também a colonização do sul da França pelos gregos habitantes
da Lídia, que fugiam da invasão dos persas e fundaram Massalia (hoje Marselha)
e se estabeleceram também na Córsega. em 500 a.C. Eles controlaram rotas do
Rhône, do Saône, através da Borgonha, do Sena e do Loire. Massalia fazia seu
próprio vinho e as ânforas para exportá-lo. Segundo o historiador romano
Justiniano, "os gauleses aprenderam com os gregos uma forma civilizada de
vida, cultivando olivas e videiras."
Historiadores acreditam que o primeiro
vinho bebido na Borgonha foi provavelmente trazido de Marsellha ou diretamente
da Grécia. É importante lembrar que em 1952, entre Paris e a Borgonha, na
cidade de Vix, foi descoberta uma imensa jarra grega de fino bronze com cerca
de 2 metros de altura e com capacidade de 1.200 litros originária de 600 a.C.
As ilhas gregas foram provavelmente os
principais exportadores de vinho, sendo a ilha de Chios, situada ao leste,
próxima ao litoral da Lídia, a mais importante delas e a que possuía o melhor
vinho. As suas ânforas características foram encontradas em quase todas as
regiões por onde os gregos fizeram comércio, tais como: Egito, França,
Bulgária, Itália e Russia. Também a ilha de Lesbos, ao norte de Chios possuía
um vinho famoso e, provavelmente, foi a fonte do Pramnian, o equivalente grego
do fantástico vinho búlgaro Tokay Essenczia.
Provavelmente havia predileção pelos
vinhos doces (Homero descreve uvas secadas ao sol), mas haviam vários tipos
diferentes de vinho. Laerte, o pai de Odisseu, cujos vinhedos eram seu orgulho
e alegria, vangloriava-se de ter 50 tipos cada um de um tipo diferente de uva.
Com relação à prática de adicionar resina de pinheiro no vinho, utilizada na
elaboração do moderno Retsina, parece que era rara na Grécia Antiga. No
entanto, era comum fazer outras misturas com os vinhos e, na verdade, raramente
eram bebidos puros. Era normal adicionar-se pelo menos água e, quanto mais
formal a ocasião e mais sofisticada a comida, mais especiárias aro-máticas eram
adicionadas ao vinho.
O amor dos gregos pelos vinhos pode
ser avaliado pelos "Simpósios", cujo significado literal é
"bebendo junto". Eram reuniões (daí o significado atual) onde as
pessoas se reuniam para beber vinho em salas especiais, reclinados
confortavelmente em divãs, onde conversas se desenrolavam num ambiente de alegre
convívio. Todo Simpósio tinha um presidente cuja função era estimular a
conversação. Embora muitos Simpósios fossem sérios e constituídos por homens
nobres e sábios, havia outros que se desenvolviam em clima de festa, com jovens
dançarinas ao som de flautas.
Entre as muitas evidências da
sabedoria grega para o uso do vinho são os escritos atribuídos a Eubulus por
volta de 375 a.C. : "Eu preparo tres taças para o moderado: uma para a
saúde, que ele sorverá primeiro, a segunda para o amor e o prazer e a terceira
para o sono. Quando essa taça acabou, os convidados sábios vão para casa. A
quarta taça é a menos demorada, mas é a da violência; a quinta é a do tumulto,
a sexta da orgia, a sétima a do olho roxo, a oitava é a do policial, a nona da
ranzinzice e a décima a da loucura e da quebradeira dos móveis."
O uso medicinal do vinho era
largamente empregado pelos gregos e existem inúmeros registros disso.
Hipócrates fez várias observações sobre as propriedades medicinais do vinho,
que são citadas em textos de história da medicina.
Além dos aspectos comercial, medicinal
e hedônico o vinho representava para os gregos um elemento místico, expresso no
culto ao deus do vinho, Dionísio ou Baco ou Líber. Entre as várias lendas que
cercam a sua existência, a mais conhecida é aquela contada na peça de
Eurípides. Dionísio, nascido em Naxos, seria filho de Zeus (Júpiter), o pai dos
deuses, que vivia no Monte Olimpo em Thessaly e da mortal Sêmele, a filha de
Cadmus, o rei de Tebas. Semele, ainda no sexto mês de gravidez, morreu
fulminada por um raio proveniente da intensa luminosidade de Zeus . Dionísio
foi salvo pelo pai que o retirou do ventre da mãe e o costurou-o na própria
coxa onde foi mantido até o final da gestação. Dionísio se confunde com vários
outros deuses de várias civilizações, cujos cultos teriam origem há 9.000 anos.
Originalmente, era apenas o deus da vegetação e da fertilidade e gradualmente
foi se tornando o deus do vinho, como Baco deus originário da Lídia.
O vinho chegou no sul da Itália
através dos gregos a partir de próximo de 800 a.C. No entanto, os etruscos, já
viviam ao norte, na região da atual Toscana, e elaboravam vinhos e os
comercializavam até na Gália e, provavelmente, na Borgonha. Não se sabe, no
entanto se eles trouxeram as videiras de sua terra de origem (provavelmente da
Ásia Menor ou da Fenícia) ou se cultivaram uvas nativas da Itália, onde já
havia videiras desde a pré-história. Deste modo, não é possível dizer quem as
usou primeiro para a elaboração de vinhos. A mais antiga ânfora de vinho
encontrada na Itália é etrusca e data de 600 a.C.
O ponto crítico da história do vinho
em Roma foi a vitória na longa guerra com o Império de Cartago no norte da
África para controlar o Mediterrâneo Ocidental entre 264 e 146 a.C. Após as
vitórias sobre o general Anibal e, a seguir, sobre os macedônios e os Sírios,
houve mudanças importantes.
Os romanos começaram a investir na
agricultura com seriedade e a vitivinicultura atingiu seu clímax. O primeiro a
escrever sobre o tema foi o senador Catão em sua obra "De Agri Cultura".
No entanto, irônicamente, o mais famoso manual foi escrito por um cartaginês,
Mago, e traduzido para o latim e para o grego. O manual de Mago, mais do
qualquer outro estudo, estimulava a plantação comercial de vinhedos a
substituição de pequenas propriedades por outras maiores.
Uma data importante no progresso de
Roma foi 171 a.C., quando foi aberta a primeira padaria da cidade, pois até
então os romanos se alimentavam de mingau de cereais. Agora Roma comia pão e
certamente a sêde por vinho iria aumentar. Começava uma nova era e apereciam os
"primeiro-cultivo" vinhos de qualidade de vinhedos específicos,
equivalentes aos "grands crus" de hoje. Na costa da Campania, mais
exatamente na baía de Nápoles e na península de Sorriento estavam os melhore
vinhedos. Dessa época é o maravilhoso "Opimiano" (em homenagem ao
consul Opimius) safra de 121 a.C. do vinhedo Falernum que foi consumido,
conforme registros históricos até125 anos depois. Ainda assim, os vinhos gregos
ainda eram considerados pelos romanos os melhores.
No império de Augusto (276 a.C. - 14
d.C.) a indústria do vinho estava estabelecida em toda a extensão da Itália que
já exportava vinhos para a Grécia, Macedônia e Dalmácia). Todos os "grands
crus" vinham da região entre Roma e Pompéia, mas a região da costa
adriática era também importante, em especial pelas exportações. Pompéia ocupava
uma posição de destaque, podendo ser considerada a Bordeaux do Império Romano e
era a maior fornecedora de vinhos para Roma . Após a destruição de Pompéia pela
erupção do Vesúvio no ano 79 d.C., ocorreu uma louca corrida na plantação de
vinhedos onde quer que fosse. Plantações de milho tornaram-se vinhedos,
provocando um desequilíbrio do fornecimento a Roma, desvalorização das terras e
do vinho.
No ano 92 d.C., o imperador Domiciano
editou um decreto proibindo a plantação de novos vinhedos e de vinhedos
pequenos e mandando destruir metade dos vinhedos nas províncias ultramarítimas.
O decreto parece visar a proteção do vinho doméstico contra a competição do
vinho das províncias e manter os preços para o produtor. O decreto permaneceu
até 280 d.C., quando o imperador Probus o revogou.
Tudo que se queira saber sobre a
vitivinicultura romana da época está no manual "De Re Rustica" (Sobre
Temas do Campo), de aproximadamente 65 d.C, de autoria de um espanhol de Gades
(hoje Cádiz), Lucius Columella. O manual chega a detalhes como: a produção por
área plantada (que, surpreendentemente, é a mesma dos melhores vinhedos da
França de hoje), a técnica de plantio em estacas com distância de dois passos
entre elas (mais ou menos a mesma técnica usada hoje em vários vinhedos
europeus), tipo de terreno, drenagem, colheita, prensagem, fermentação, etc
Quanto ao paladar, os romanos tinham
predileção pelo vinho doce, daí fazerem a colheita o mais tardiamente possível,
ou, conforme a técnica grega, colher o fruto um pouco imaturo e deixá-lo no sol
para secar e concentrar o açúcar (vinhos chamados "Passum"). Outro
modo de obter um vinho mais forte e doce era ferver, aumentando a concentração
de açúcar (originando o chamado "Defrutum") ou ainda adicionar mel
(originava o "Mulsum"). Preparavam também o "semper mustum"
(mosto permanente), um mosto cuja fermentação era interrompida por submersão da
ânfora em água fria e, portanto, contendo mais açúcar. Esse método é o
precurssor do método de obtenção do "Süssreserve" das vinícolas
alemãs.
Ainda no tocante ao paladar, é
interessante lembrar que os romanos sempre tiveram predileção por temperos
fortes na comida e também se excediam nas misturas com vinhos que eram fervidos
em infusões ou macerações com hervas, especiarias, resinas e denominados
"vinhos gregos" em virtude dos gregos raramente tomarem vinhos sem
temperá-los. Plínio, Columella e Apícius descrevem receitas bastante exóticas.
Quanto a idade, alguns vinhos romanos
se prestavam ao envelhecimento, os fortes e doces expostos ao ar livre e os
mais fracos contidos em jarras enterrados no chão. Um recurso usado para
envelhecer o vinho era o "fumarium", um quarto de defumaçào onde as
ânforas com vinho eram colocadas em cima de uma lareira e o vinho defumado,
tornando-se mais pálido, mais ácido e com cheiro de fumaça.
Galeno (131-201 d.C.), o famoso grego
médico dos gladiadores e, posteriormente médico particular do imperador Marco
Aurelio, escreveu um tratado denominado "De antidotos" sobre o uso de
preparações à base de vinho e ervas, usadas como antídotos de venenos. Nesse
tratado existem considerações perfeitas sobre os vinhos, tanto italianos como
gregos, bebidos em Roma nessa época: como deveriam ser analisados, guardados e
envelhecidos
A maneira de Galeno escolher o melhor
era começar com vinhos de 20 anos, que se esperava serem amargos, e, então,
provar as safras mais novas até chegar-se ao vinho mais velho sem amargor.
Segundo Galeno, o vinho "Falerniano" era ainda nessa época o melhor
(tão famoso que era falsificado com frequência) e o "Surrentino" o
igualava em qualidade, embora mais duro e mais austero. A palavra
"austero"é usada inúmeras vezes nas descrições de Galeno para a
escolha dos vinhos e indica que o gosto de Roma estava se afastando dos vinhos
espessos e doces que faziam da Campania a mais prestigiada região. Os vinhedos
próximos a Roma, que anteriormente eram desprestigiados por causa de seu vinhos
ásperos e ácidos, estavam entre os preferidos de Galeno. Ele descreveu os
"grands crus" romanos, todos brancos, como fluídos, mas fortes e
levemente adstringentes, variando entre encorpados e leves. Parece que o vinho
tinto era a bebida do dia a dia nas tavernas.
Depois de Galeno não existem registros
da evolução do paladar de Roma em relação aos vinhos. Certamente havia mercado
para todos os gostos nessa metrópole que nessa época era a maior cidade do
mundo Mediterrâneo e já possuía mais de um milhão de habitantes! É claro que a
maior demanda era para o vinho barato que geralmente vinha de fora da
península. É interessante notar que, desde a época de Galeno, o vinho da
Espanha e da Gália começava a chegar em Roma. Um dos efeitos da expansão dos
vinhedos nas províncias é que a produção em massa em regiões da Itália que
abasteciam Roma tornou-se menos lucrativa e muitos vinhedos tornaram-se
passatempo de nobres. Um desincentivo aos produtores italianos foi a criação,
por volta de 250 d.C., de um imposto que consisitia em entregarem uma parte do
vinho produzido ao governo (para as rações do exército e para distribuição à
ralé que tinha a bebida subsidiada). Talvez para remediar esta situação, em 280
d.C. , o imperador Probus, revogou o já mencionado decreto editado (e
amplamente ignorado!) por Domiciano em 92 d.C., proibindo o plantio de
vinhedos. Probus inclusive colocou o exército para trabalhar no cultivo de
novos vinhedos na Gália e ao longo do Danúbio. No entanto, foi inútil, pois o
declínio do Império Romano estava começando.
Sobre a origem da vitivinicultura na
França existe um verdadeira batalha entre os historiadores. Há os que acreditam
nos registros dos Romanos e outros acham que os predecessores dos Celtas
estabeleceram a elaboração de vinhos na França. Há ainda os que acreditam que os
franceses da idade da pedra eram vinhateiros, pois no lago de Genebra foram
encontradas sementes de uvas selvagens que indicam o seu uso há 12.000 anos ou
mais. Segundo a "Escola Celta" os empreendimentos do ocidente são
ignorados por não terem registros escritos. Os celtas da Gália foram ativos e
agressivos. Eles dominaram quase toda a região dos Alpes, na época em que os
atenienses dominavam a Grécia, invadindo a Lombardia na Itália (onde fundaram
Milão) e alcançando Roma, chegaram à Ásia Menor, penetrando na Macedônia e
alcançaram Delphi e fundaram um acampamento no Danúbio, em Belgrado,
Os gauleses antigos já tinham contato
com os vinhos do Mediterrâneos por longo tempo e, como já foi dito, os gregos
haviam fundado Marselha em 600 a.C., elaborando e comercializando vinhos com os
nativos. Os celtas do interior da Gália ainda não tinham alcançado o sul da
França nessa época; ali habitavam os ibéricos do norte da Itália e da Espanha.
Se havia vinhedos celtas na Gália eles não chegaram ao mediterrâneo. É dificil
acreditar que na França havia vinhedos, pois os chefes gaulêses pagavam um
preço exorbitante pelos vinhos aos comerciantes romanos: um escravo por uma
ânfora de vinho, isto é, trocavam o copo pelo copeiro. Marselha tornou-se parte
do Império Romano por volta de 125 a.C., mas continuava sendo considerada uma
cidade grega.
A primeira verdadeira colonia romana
na França foi fundada anos mais tarde na costa a oeste em Narbo (hoje Narbonne)
que se tornou a capital da província de Narbonensis e, de fato, de toda a
chamada "Gália Transalpina". Com ponto de partida na Provence, os
romanos subiram o vale do Rhône e mais tarde no reinado de César dirigiram-se a
oeste e chegaram na região de Bordeaux. Bordeaux, Borgonha e Tréveris
provavelmente surgiram como centros de importação de vinho, plantando a seguir
as suas próprias videiras e obtendo vinhos que superaram os importados. No
século II havia vinhedos na Borgonha; no século III , no vale do Loire; no
século IV, nas regiões de Paris, Champagne, Mosela e Reno. Os vinhedos da
Alsácia não tiveram origem romana e só surgiram no século IX.
Após a queda do Império Romano
seguiu-se uma época de obscuridade em práticamente todas as áreas da
criatividade humana e os vinhedos parecem ter permanecido em latência até que
alguém os fizesse renascer.
Chegamos à Idade Média, época em que a
Igreja Católica passa a ser a detentora das verdades humanas e divinas.
Felizmente, o simbolismo do vinho na liturgia católica faz com que a Igreja
desempenhe, nessa época, o papel mais importante do renascimento,
desenvolvimento e aprimoramento dos vinhedos e do vinho. Assim, nos séculos que
se seguiram, a Igreja foi proprietária de inúmeros vinhedos nos mosteiros das
principais ordens religiosas da época, como os franciscanos, beneditinos e cistercienses
(ordem de São Bernardo), que se espalharam por toda Europa, levando consigo a
sabedoria da elaboração do vinho.
Dessa época são importantes tres
mosteiros franceses. Dois situam-se na Borgonha: um beneditino em Cluny,
próximo de Mâcon (fundado em 529) e um cisterciense em Citeaux, próximo de
Beaunne (fundado em 1098). O terceiro, cisterciense, está em Clairvaux na
região de Champagne. Também famoso é o mosteiro cisterciense de Eberbach, na
região do Rheingau, na Alemanha. Esse mosteiro, construido em 1136 por 12
monges de Clairvaux, enviados por São Bernado, foi o maior estabelecimento
vinícola do mundo durante os séculos XII e XIII e hoje abriga um excelente
vinhedo estatal.
Os hospitais também foram centros de
produção e distribuição de vinhos e, à época, cuidavam não apenas dos doentes,
mas também recebiam pobres, viajantes, estudantes e peregrinos. Um dos mais
famosos é o Hôtel-Dieu ou Hospice de Beaune, fundado em 1443, até hoje mantido
pelas vendas de vinho.
Também as universidades tiveram seu
papel na divulgação e no consumo do vinho durante a Idade Média. Numa forma
primitiva de turismo, iniciada pela Universidade de Paris e propagada pela
Europa, os estudantes recebiam salvo conduto e ajuda de custos para viagens de
intercâmbio cultural com outras universidades. Curiosamente, os estudantes
andarilhos gastavam mais tempo em tavernas do que em salas de aulas e, embora
cultos, estavam mais interessados em mulheres, músicas evinhos. Eles se
denominavam a "Ordem dos Goliardos" e, conheciam, mais do que
ninguém, os vinhos de toda a Europa.
É interessante observar que é da idade
média, por volta do ano de 1.300, o primeiro livro impresso sobre o
vinho:"Liber de Vinis". Escrito pelo espanhol ou catalão Arnaldus de
Villanova, médico e professor da Universidade de Montpellier, o livro continha
uma visão médica do vinho, provavelmente a primeira desde a escrita por Galeno.
O livro cita as propriedades curativas de vinhos aromatizados com ervas em uma
infinidade de doenças. Entre eles, o vinho aromatizado com arlequim teria
"qualidades maravilhosas" tais como: "restabelecer o apetite e
as energias, exaltar a alma, embelezar a face, promover o crescimento dos
cabelos, limpar os dentes e manter a pessoa jovem". O autor também descreve
aspectos interessantes como o costume fraudulento dos comerciantes oferecerem
aos fregueses alcaçuz, nozes ou queijos salgados, antes que eles provassem seus
vinhos, de modo a não perceberem o seu amargor e a acidez. Recomendava que os
degustadores "poderiam safar-se de tal engodo degustando os vinhos pela
manhã, após terem lavado a boca e comido algumas nacos de pão umedecidos em
água, pois com o estômago totalmente vazio ou muito cheio estraga o paladar
". Arnaldus Villanova, falecido em 1311, era uma figura polêmica e acreditava
na segunda vinda do Messias no ano de 1378, o que lhe valeu uma longa rincha
com os monges dominicanos que acabaram por queimar seu livro.
Da Europa , através das expedições
colonizadoras, as vinhas chegaram a outros continentes, se aclimataram e passaram
a fornecer bons vinhos, especialmente nas Américas do Norte (Estados Unidos) e
do Sul (Argentina, Chile e Brasil) e na África (África do Sul). A uva foi
trazida para as Américas por Cristóvão Colombo, na sua segunda viagem às
Antilhas em 1493, e se espalhou, a seguir, para o México e sul dos Estados
Unidos e às colônias espanholas da América do Sul. As videiras foram trazidas
da Ilha da Madeira ao Brasil em 1532 por Martim Afonso de Souza e plantadas por
Brás Cubas, inicialmente no litoral paulista e depois, em 1551, na região de
Tatuapé.
É importante mencionar um fato
importantíssimo e trágico na história da vitivinicultura, ocorrido da segunda
metade do século passado, em especial na década de 1870, até o início deste
século. Trata-se de uma doença parasitária das vinhas, provocada pelo inseto Phylloxera vastatrix, cuja larva ataca as raízes. A Phylloxera, trazida à Europa em
vinhas americanas contaminadas, destruiu praticamente todas as videiras
européias. A salvação para o grande mal foi a descoberta de que as raízes das
videiras americanas eram resistentes ao inseto e passaram a ser usadas como
porta-enxerto para vinhas européias. Desse modo, as videiras americanas foram o
remédio para a desgraça que elas próprias causaram às vitis européias.
Finalmente, é imprescindível
lembrarmos as descobertas sobre os microorganismos e a fermentação feitas por
Louis de Pasteur (1822-1895) e publicadas na sua obra "Études sur le
Vin". Essas descobertas constituem o marco fundamental para o desenvolvimento
da enologia moderna.
A partir do século XX a elaboração dos
vinhos tomou novos rumos com o desenvolvimento tecnológico na viticultura e da
enologia, propiciando conquistas tais como o cruzamento genético de diferentes
cepas de uvas e o desenvolvimento de cepas de leveduras selecionadas
geneticamente, a colheita mecanizada, a fermentação "a frio" na
elaboração dos vinhos brancos, etc. Ainda que pese o romantismo de muitos que
consideram (ou supõem?) os vinhos dos séculos passados como mais artesanais, os
vinhos deste século têm, certamente, um nível de qualidade bem melhor do que os
de épocas passadas. Na verdade algumas conquistas tecnológicas, como as
substituições da rolha e da cápsula por artefatos de plástico e da garrafa por
caixinhas do tipo "tetra brik" são de indiscutível mau gosto e
irritam os amantes do vinho.
Resta-nos esperar que os vinhos dos
séculos vindouros melhorem ou, pelo menos, mantenham o nível de qualidade sem
perder o charme dos grandes vinhos do século XX !
(Trechos extraídos da obra de Hugh
Johnson "The Story of Wine" da editora Mitchell-Beazley, Londres,
1989)
Fonte: www.academiadovinho.com.br
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