É com muita alegria, honra e cuidado que falarei hoje de um dos gigantes no mundo dos vinhos, o Chateau d'Yquem!
Foto: Château d'Yquem
- UMA BREVE VIAGEM PELA HISTÓRIA!
Foto: Propriedade Château d'Yquem
O castelo no qual esse vinho é produzido está localizado em Souternes, uma província a sudoeste da França, localizada ao sul das vinícolas de Bodeaux e foi construído em parte no século XVI e concluído no século XVII no lugar de uma primitiva fortaleza que outrora era dominada pelos ingleses. Só após a Guerra dos 100 anos o local passou a ser domínio dos franceses no século XV, e uma família de nobres liderada por Jacques Sauvage d'Yquem assumiu o comando e construiu o Chateau. A família Sauvage d'Yquem tomou posse dessa propriedade no ano de 1592, já em 1785 o castelo passou a integrar o patrimônio da família Lur-Saluces após o casamento de Josephine d'Yquem com o Conde Louis Amedee de Lur-Saluces, neto de Luis XV. A gestão do terroir permaneceu sendo da família até a aposentadoria do Conde Louis e a partir de então os vinhos d'Yquem foram adquiridos pelo grupo LVMH, o maior conglomerado de luxo do mundo e em 2004 a vinícola passou a ser administrada por Pierre Lurton.
- O TERROIR
Foto: Uva Sémillion
Os atuais 113 hectares (pouco mais de 100 são produtivos) do Château d’Yquem são os pontos mais altos da região de Sauternes, apenas 75 metros acima do nível do mar. A parte superior do solo é seca e quente, acumulando calor graças a seixos planos e grossos cascalhos. Nas partes mais profundas, a argila mantém as reservas de água, mas foram feitos sistemas de drenagem para evitar alagamentos. O microclima sofre influência do rio Garonne e possui um equilíbrio delicado para propiciar o crescimento da Botrytis cinerea – se estiver muito seco, ela não prolifera, quando muito úmido, o suco perde concentração. Além disso, outros fungos podem aparecer e arruinar as uvas. As cepas plantadas são Sémillion (80%) – responsável pelo corpo e estrutura do vinho – e Sauvignon Blanc (20%) – que propicia os aromas e a finesse. A colheita é feita em ondas, grão a grão, quando apenas as uvas botritizadas e de maior concentração são colhidas a cada vez, pois o fungo age diferentemente em cada cacho. As uvas que não estão prontas ficam para uma outra onda de colheita. Geralmente, há cinco ou seis ondas a cada safra. Isso faz com que haja o risco da chegada do inverno e a perda de uma safra inteira. A uva Sémillon é muito suscetível ao que se conhece como ‘podridão nobre’, a contaminação por um tipo de fungo microscópico chamado Botrytis cinerea, que, combinada às condições de tempo seco, funciona como uma alquimia maravilhosa, adicionando aromas e sabores especiais e muito mais adocicados, que irão transformar totalmente o vinho, que passa a ser chamado de ‘botrytizado’. Assim, pode-se dizer que se não há botrytis, não há Château d’Yquem.
- A PRODUÇÃO!
Produzido em um majestoso castelo, o Château d’Yquem é um dos mais desejados vinhos brancos, tendo uma legião de entusiastas que visitam regularmente suas vinhas, observam o castelo e, desta forma, conseguem dimensionar todo o cuidado em torno da produção deste sofisticado vinho e da grandeza de seu lugar de nascimento. Por safra, são realizadas em média cinco ou seis varreduras, dentro de um período de seis semanas. Em alguns anos, no entanto, a safra começa em setembro e pode perdurar até dezembro, dependendo das condições climáticas e da qualidade das uvas. As médias de rendimento são de 900 litros por hectare, o que é pouco se comparado à média da região, que é de 1.200 a 2.000 litros de vinho por hectare (sinônimo máximo de exclusividade).
A filosofia de seleção extremamente cuidadosa se estende desde o parreiral até a adega, onde o vinho deve ser envelhecido por pelo menos três anos em barris de carvalho novo antes de ser comercializado. Em média, 65 mil garrafas são produzidas a cada ano. Em uma safra ruim, todo o cultivo é descartado por ser considerado indigno com o nome do castelo, o que, durante o século XX, aconteceu por nove safras: 1910, 1915, 1930, 1951, 1952, 1964, 1972, 1974 e 1992. As suas melhores safras são as dos anos de: 1921, 1928, 1937, 1945, 1967, 1975, 1983, 1986, 1988, 1989, 1990, 1997, 2001 e 2005.
- O VINHO!
Foto: Rótulos do Château d'Yquem de diferentes safras.
O que o Château d’Yquem produz, segundo seus apreciadores, não é meramente um vinho, o líquido feito lá é dito como sendo “luz engarrafada” tamanha a admiração dos que um dia tiveram a oportunidade de degustá-lo. Em termos de classe, estilo e riqueza de sabor e aroma, o vinho Château d’Yquem é um vinho extravagante, que inspira elogios. Durante a Bordeaux Wine Official Classification de 1855, o Château d’Yquem foi o único a receber a classificação de Premier Cru Supérieur, indicando sua superioridade e sua preciosidade em relação aos demais vinhos brancos.
Os que puderam provar este vinho ícone dizem que é quase impossível descrevê-lo em palavras e a melhor atitude diante dele é o silêncio, portanto, um vinho de meditação por excelência. Ao degustá-lo, percebese o perfeito equilíbrio entre a fruta, a botritis, o açúcar e a acidez. Os sabores remetem ao clássico crème brûlée francês, pêssegos, damascos, podendo exalar aromas de abacaxi e torradas amanteigadas. De acordo com a revista Forbes, o Château d’Yquem é o vinho branco mais caro já vendido no mundo! Uma garrafa da safra de 1784, com as iniciais de Thomas Jefferson (conhecido por ser um grande colecionador de vinhos raros e exclusivos) gravadas no rótulo, foi comercializada em 1986, em um leilão da Christie’s London, por US$ 56.588. No mercado é possível comprar uma garrafa do Chateau d'Yquem por no mínimo R$ 4.500 dependendo da safra.
Os que puderam provar este vinho ícone dizem que é quase impossível descrevê-lo em palavras e a melhor atitude diante dele é o silêncio, portanto, um vinho de meditação por excelência. Ao degustá-lo, percebese o perfeito equilíbrio entre a fruta, a botritis, o açúcar e a acidez. Os sabores remetem ao clássico crème brûlée francês, pêssegos, damascos, podendo exalar aromas de abacaxi e torradas amanteigadas. De acordo com a revista Forbes, o Château d’Yquem é o vinho branco mais caro já vendido no mundo! Uma garrafa da safra de 1784, com as iniciais de Thomas Jefferson (conhecido por ser um grande colecionador de vinhos raros e exclusivos) gravadas no rótulo, foi comercializada em 1986, em um leilão da Christie’s London, por US$ 56.588. No mercado é possível comprar uma garrafa do Chateau d'Yquem por no mínimo R$ 4.500 dependendo da safra.
Esse é o incrível e grandioso Chateau d'Yquem! O vinho que é grandioso desde a colheita das suas uvas e se faz gigante diante dos maiores especialistas em vinhos do mundo.
Fonte: http://revistaadega.uol.com.br/artigo/ha-algo-de-podre-no-reino-de-sauternes_1758.html - acessado às 19:45 do dia 04 de abril de 2018.
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