sábado, 13 de julho de 2013

O Vinho no Brasil

  Foto: Vinho no Brasil


REGIÕES PRODUTORAS

O Brasil possui as seguintes regiões vinícolas:

  • Rio Grande do Sul
  • Santa Catarina
  • Serra dos Pirineus - Goiás
  • Sul de Minas 
  • Vale do São Francisco
  • Interior de São Paulo
  • Oeste do Espirito Santo
  • Oeste Paranaense
  • Região Metropolitana de Curitiba

O PAÍS

A história do vinho no Brasil começa no século 16, mas estamos vivendo o melhor momento da bebida no país. Isso porque a produção vitivinícola só cresce em qualidade com o passar dos anos, atingindo patamares internacionais de excelência. São mais de 83 mil hectares para a produção de vinhos, espumantes, sucos de uva 100% e demais atividades vitivinícolas espalhadas por mais de mil vinícolas. As principais regiões produtoras estão no Rio Grande do Sul (Serra Gaúcha, Campos de Cima da Serra, Serra do Sudeste e Campanha Gaúcha), seguidas de Santa Catarina com o Planalto Catarinense, o Vale do Rio do Peixe, o Vale da Uva Goethe e a região do Vale do Rio São Francisco, entre os estados de Pernambuco e Bahia. Outras regiões também estão em ascensão, como o interior de São Paulo, o sul de Minas Gerais, o oeste do Espírito Santo, a Serra dos Pirineus em Goiás e as regiões oeste do Paraná e metropolitana de Curitiba. A diversidade climática do país permite que os nossos solos produzam diferentes tipos de uvas, com bastante personalidade. E toda essa personalidade está conquistando o mundo.

AS REGIÕES EM DETALHE

  • SERRA DO SUDESTE

O potencial dessa região começa nos anos 1970, mas só a partir dos anos 2000 é que o país voltou sua atenção para os vinhos produzidos ali. Desde então, suas terras e produtos vem sendo valorizados, chegando a ser apontada como uma das zonas produtoras mais promissoras.

  • SERRA GAÚCHA 


A maior e mais importante região vinícola do país. O estado do Rio Grande do Sul produz 80% do total de vinhos no Brasil, sendo que na Serra Gaúcha estão os municípios mais produtivos. A Serra possui a única Denominação de Origem (DO) do país, além de ser reconhecida pelo INPI e pela Comunidade Econômica Europeia.

  • PLANALTO CATARINENSE

A altitude é a marca registrada dessa região. Ela varia entre 900 e 1.4 mil metros. O solo basáltico junto a vales profundos fazem com que uvas e vinhos tenham uma personalidade marcante.

  • CAMPOS DE CIMA DA SERRA

Situada ao norte do Rio Grande do Sul, essa região é caracterizada pela baixa temperatura e incidência de vento, que proporcionam uma maturação mais longa e condições para que as uvas apresentem maior sanidade.

  • CAMPANHA GAÚCHA

Nessa região estão alguns dos vinhedos mais antigos do Brasil. Na Campanha, os dias são mais longos, proporcionando bastante tempo de luminosidade para as plantas. E a variação de temperatura entre dia e noite também beneficia o
cultivo das videiras.

  • VALE DO SÃO FRANCISCO

Essa viticultura desperta curiosidade no mundo todo por produzir duas safras por ano no semiárido tropical. O solo, irrigado com águas do Rio São Francisco, apresenta grandes depósitos de sedimentos rochosos. A insolação combinada com o clima quente e seco produzem uvas bem doces, propícias para vinhos frutados.

INDICAÇÔES GEOGRÁFICAS

As Indicações Geográficas (IGs) são instrumentos para a valorização de produtos considerados tradicionais de alguma região, como o queijo é tradicional em Minas Gerais. O objetivo desse sistema é agregar valor ao produto, mas sempre protegendo a região produtora. No caso dos vinhos e espumantes, as IGs são fundamentais para a diferenciação entre eles. Ela considera a área de produção, a tipicidade, a autenticidade e o método de produção e o padrão de qualidade dos produtos. Para trabalhar com vinhos, é preciso conhecer de perto a produção brasileira. Ter conhecimento é o que vai proporcionar bons negócios, oferecer bons vinhos, entender as especificidades de cada um, dentre outras coisas. São dois tipos de Indicações Geográficas, definidas pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

INDICAÇÃO DE PROCEDÊNCIA

Valoriza a tradição produtiva, destacando a qualidade diferenciada do produto em razão de sua origem geográfica. São Indicações de Procedência no Brasil: Farroupilha, Monte Belo, Pinto Bandeira, Altos Montes, Vales da Uva Goethe.

DENOMINAÇÃO DE ORIGEM

Estabelece características específicas da região que devem estar nos produtos originados ali. É uma Denominação de Origem no Brasil: Vale dos Vinhedos.

HISTÓRIA

SÉCULO 16

1532 - As primeiras videiras foram trazidas para o Brasil em uma das expedições do português Martim Afonso de Souza. Brás Cubas, membro da expedição, tentou plantá-las na Capitania de São Vicente e perto de Cubatão, mas o clima da região não colaborou.

1551 - Brás Cubas insistiu no cultivo das videiras, passando a plantá-las na região do planalto, na Vila de Piratininga, que viria a se tornar São Paulo. E assim, conseguiu elaborar o primeiro vinho brasileiro.

SÉCULO 17

1626 - A chegada dos jesuítas na região das Missões impulsionou a vitivinicultura no sul do Brasil. A introdução de videiras no Rio Grande do Sul ficou por conta do Padre Roque Gonzales de Santa Cruz, com a ajuda dos indígenas para a elaboração dos vinhos.

1640 - Foi realizada a primeira degustação orientada no Brasil, relatada na 1ª Ata da Câmara de São Paulo. A intenção era padronizar os vinhos para comercialização.

SÉCULO 18

1732 - Imigrantes portugueses passaram a povoar a zona litorânea do Rio Grande do Sul, formando colônias em Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre. Eles trouxeram mudas das ilhas dos Açores e da Madeira, mas o cultivo era apenas para consumo próprio.

1789 - Percebendo a multiplicação das iniciativas em vinhos no Brasil, a corte portuguesa proibiu o cultivo de uva no país, numa tentativa de proteger a própria produção.

SÉCULO 19

1808 - No ano da transferência da coroa portuguesa para o Brasil, com a vinda da família real, a proibição do cultivo da uva foi derrubada e novos hábitos em torno do vinho foram inseridos no país. A bebida passou a ser consumida durante refeições e servidas em reuniões sociais para imitar os costumes dos nobres.

1824 - O início da colonização alemã ampliou o número de imigrantes interessados em vinho. Na mesma época, o italiano João Batista Orsi se estabeleceu na Serra Gaúcha e, com a concessão de Dom Pedro I, passou a cultivar uvas europeias, tornando-se um dos precursores do ramo na região.

1835 - A dedicação dos gaúchos à vinicultura se materializou na figura de Manoel Macedo, produtor da cidade de Rio Pardo. Ele registrou a elaboração de até 45 pipas de vinho em um ano, o que lhe deu a primeira carta-patente para a produção da bebida no país.

1840 - As uvas Vitis labrusca e Vitis bourquina foram introduzidas no Rio Grande do Sul por meio do inglês Thomas Messiter. Mais resistentes a doenças, elas foram plantadas na Ilha dos Marinheiros, na Lagoa dos Patos, e logo se espalharam por diversas regiões do estado.

1875 - O grande salto na produção nacional de vinhos ocorreu com a chegada dos imigrantes italianos que trouxeram muito conhecimento técnico de elaboração, além da cultura de consumo. Isso elevou a qualidade da bebida e deu importância econômica para a atividade.

1881 - O primeiro registro sobre elaboração de vinhos no Vale dos Vinhedos data esta época. Segundo o apontamento, foram mais de 500 mil litros produzidos na cidade de Garibaldi. O número consta num relatório feito em 1883 pelo cônsul da Itália, Enrico Perrod, depois de uma visita à região.

SÉCULO 20

1928 - A concorrência desordenada, a oscilação da qualidade e o crescimento da importância dessa atividade levaram os produtores a criar o Sindicato do Vinho, numa tentativa de organizar o setor. Essa iniciativa foi articulada pelo secretário estadual da época, Oswaldo Aranha, na era Vargas.

1929 - O associativismo foi adotado pelos agricultores. Em 10 anos, 26 cooperativas foram fundadas e algumas destas atuam até hoje. O modelo deu competitividade aos pequenos produtores, que cresceram e alcançaram patamares equilibrados na década seguinte.

1950/60 - Chegaram ao Brasil vários produtores de vinho estrangeiros, entre eles a Georges Aubert, a Casa Moët & Chandon, a Martini e a Heublein. Com eles vieram também novas tecnologias, tanto na produção dos vinhos quanto no cultivo das uvas, iniciando um novo ciclo de produção no país.

1990 - A abertura econômica forçou a mudança e a renovação das vinícolas brasileiras. O acesso a diferentes estilos de vinhos e a concorrência com os importados levaram os produtores a aumentar a qualidade.

SÉCULO 21

2002 - A vitivinicultura se consolidou em diferentes regiões, do sul ao nordeste do país. Isso fez com que cada zona passasse a investir no desenvolvimento de uma identidade própria. O pioneiro nesse ramo foi o Vale dos Vinhedos, que conquistou a Indicação de Procedência, em 2002, e a Denominação de Origem, em 2012.













Fonte: IBRAVIN


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