sexta-feira, 30 de abril de 2021

FÓRUM DIRETO DO VINHEDO 2021 : A SAFRA POR QUEM FAZ

Foto: Banner de divulgação do evento realizado pela Associação Brasileira de Enologia - ABE.


Por: Fernando Filho


Na noite do dia 29/04 às 20:00 horas (horário de Brasília), foi realizado e transmitido de forma online o Fórum Direto do Vinhedo 2021: A safra por quem faz!

O evento teve como mediador o atual Presidente da ABE e também Enólogo André Gasperin e contou com a participação de vários especialistas da vitivinicultura brasileira onde cada um fez uma explanação bem resumida sobre as regiões produtoras do Brasil, buscando alcançar de forma mais específica as características de cada lugar, passando pelo Sul, Sudeste, Centro-oste e Nordeste do Brasil. Procurando alcançar o objetivo do Fórum, cada participante destacou as particularidades da safra de 2021 para cada região produtora, os desafios e as diferenças em comparação à safra de 2020, tida como a safra das safras.

O primeiro convidado do evento foi o Enólogo e atual Diretor da ABE Carlos Abarzúa, que teve a incumbência de falar sobre os espumantes da safra de 2021 na região da Serra Gaúcha - RS.

 

Foto: André Gasperin e Carlos Abarzúa durante a apresentação no evento.

Segundo o enólogo, 2021 foi a safra das safras em volume e excelência para as uvas precoces, principalmente Chardonnay e Pinot Noir e consequentemente para os vinhos base de espumante, superando a safra de 2020. Apesar do volume de precipitação acima do normal (volume expressivo em poucos dias) no segundo trimestre, mais precisamente nos meses de Junho, Julho e Agosto, tal evento climático não impactou o ciclo da videira. Além disso, houve bastante frio na região, aproximadente 400 horas abaixo de 7,2° C o que é mais que suficiente para quebrar a dormência das uvas mais precoces, afirma Carlos Abarzúa. O enólogo destacou também a necessária intervenção humana no controle e proteção dos parreiras devido a ocorrência de algumas geadas, procurando reduzir ao máximo o prejuízo que poderia acontecer se não fosse tomado tais cuidados. A primavera e o verão tiveram uma alta amplitude térmica e precipitação muito baixa (a mais baixa da história da região) e esses fatores contribuíram significativamente para que houvesse um florescimento pleno e uma excelente frutificação, favorecendo muito a qualidade das uvas precoces. Em termos gerais, podemos esperar excelentes vinhos espumantes (método tradicional) da safra de 2021 na região da Serra Gaúcha e segundo Carlos Abarzúa, esses espumantes irão superar e muito em qualidade os espumantes da safra de 2020. 

O segundo convidado da noite e responsável por falar sobre os vinhos tranquilos da safra de 2021 na região da Serra Gaúcha - RS foi o também Enólogo e Diretor da ABE Dirceu Scottá

Foto: André Gaseprin e Dirceu Scottá durante a apresentação no evento.

Para Dirceu, 2020 foi a safra das safras na questão da qualidade e 2021 é a safra das safras em relação à volume (aproximadamente 900 milhões de quilos de uvas). Os dados apresentados anteriormente na apresentação do Carlos Abarzúa não se diferem para as uvas e para os vinhos tranquilos, haja vista que se trata da mesma região. O enólogo Dirceu Scottá enfatizou a importância do manejo cuidadoso nos vinhedos e a excelente sanidade e condições que a safra 2021 apresentou como um todo durante o ciclo pleno da videira e isso proporcionou ótimas condições fazer um bom trabalho dentro das vinícolas. "Podemos esperar vinhos tranquilos com grande qualidade na safra de 2021, talvez não tão fantásticos como os da safra de 2020, porém ainda assim, de altíssima qualidade", afirma Dirceu.

O terceiro convidado da noite foi Silvano Michelon, um grande profissional da uva e do vinho na região da Serra do Sudeste e da  Campanha Gaúcha, no entanto, o convidado se deteu a falar mais sobre como foi a safra de 2021 na Serra do Sudeste (a próxima convidada falaria sobre a Campanha). 

Foto: André Gasperin eeSilvano Michelon durante a apresentação no evento.

Segundo Silvano, a região da Serra do Sudeste conta com 600 hectares de uvas viníferas plantadas, sendo também a maior produtora de Pinot Noir do Brasil, tendo muitas variedade de uvas mais precoces plantadas. Além disso, os vinhedos mais antigos plantados na região tem 21 anos de idade, sustentados em solo de origem granítica e de textura areno-argiloso dominante. Sobre a safra de 2021, Silvano destacou que não houve problemas com geada na região da Serra do Sudeste, não havendo perdas pelas condições climáticas e/ou doenças no vinhedo e consequentemente se teve uma produção muito significativa em quantidade e qualidade. Outro destaque é que a safra de 2021 foi antecipada em relação à 2020, obtendo uma uniformidade de maturação muito superior e de altíssima qualidade. Em resumo, para Silvano a safra 2021 foi excelente para a região da Serra do Sudeste.  

A próxima convidada foi a talentosa Agrônoma, Enóloga e Diretora Técnica da Vinícola Guatambu, a saber Gabriela H. Pötter. A Gabriela falou especificamente sobre a região da Campanha Gaúcha, suas características, uvas, vinhos e como foi a safra de 2021 nessa região.

Foto: André Gasperin e Gabriela H. Pötter durante a apresentação no evento.

Nas palavras da Enóloga, a Campanha Gaúcha está localizada no extremo sul do Brasil, mais especificamente na latitude 31 com verões muito quentes, secos e de alta insolação. Já o inverno é bastante definido e de frio constante. A Campanha atualmente produz 31% dos vinhos finos do Brasil e em 2020 conquistou o selo de Indicação de Procedência (I.P), uma grande conquista para os produtores dessa região tão estimada e promissora do Sul do Brasil. Para a Gabriela a safra de 2021 foi diferente se comparada a safra de 2020 que teve uma seca extrema e significativa no período de maturação naquele ano. A Enóloga destaca também que houveram eventos climáticos não desejados em lugares pontuais como granizo em Livramento e Geada em Dom Pedrito, mas que não trouxeram perdas significativas. Além disso, apareceu o Oídio (doença fúngica que afeta as videiras), que os causou surpresa, pois não esperavam por isso, porém, a Enóloga Gabriela Pötter ressalta que o produtor que cuidou bem e teve total atenção com o vinhedo, pôde contornar bem a situação e manter as videiras e consequentemente o fruto em total sanidade. Na segunda quinzena do mês de janeiro (após a colheita das primeiras uvas brancas) houve uma grande precipitação de chuvas (acima da média da história da região) com números de 250 - 270 mm, o que atrapalhou um pouco o ciclo das uvas como Merlot e Tempranillo para os produtores que não tiveram o cuidado ideal de manejo nos vinhedos. Por outro lado, houveram grandes revelações de algumas uvas brancas que se destacaram de uma forma muito especial, tal opinião é unanimidade para os produtores da Campanha. As uvas brancas em destaque são: Riesling, Gewürztraminer e Sauvignon Blanc, que mostraram caráter extremamente únicos e de excelência, o que para a Enóloga pode ser o melhor ano da história para essas variedades, superando a safra de 2020. Para as uvas tintas, as que se destacaram na safra de 2021 foram a Touriga Nacional, a Tannat, a Cabernet Franc, a Cabernet Sauvignon e a Petit Verdot. É bom ficarmos de olho e garantir as nossas garrafas de vinho dessas variedades assim que estiverem no mercado prezado leitor!

Em seguida, o próximo convidado foi o Átila Zavarize, conhecedor profundo das uvas e dos vinhos de Santa Catarina, em especial da Serra Catarinense.

Foto: André Gasperin e Átila Zavarize durante a apresentação no evento.

Segundo o Átila Zavarize, 2021 foi uma safra extremamente desafiadora para a esta região devido a fortes geadas que ocorreram durante o ciclo de brotação e atingiram principalmente as uvas mais precoces causando algumas perdas significativas, apesar de todo os esforços dos produtores em aplicar aminoácidos e utilizar fogueiras em meio ao parreiral para tentar combater o frio intenso e o vento que queimava os brotos. Tal evento é consequência do seu terroir ser de altitude e estar exposto anualmente a essas intempéries  climáticas, mas também houve resultados muito interessantes. Houve uma seca muito significativa durante o restante do ciclo das videiras o que proporcionou bagas menores, cachos bem soltos e de ótima concentração fenólica. Destacou-se que apesar das dificuldades para as uvas mais precoces como Pinot Noir, Chardonnay e Sangiovese, quem cuidou bem do manejo nos vinhedos conseguiu ainda obter uma boa produção e elaborar vinhos base para espumantes de ótima qualidade. Daí a importância de um manejo de excelência para controlar bem qualquer dificuldade que a safra apresente e manter sempre o melhor que se pode obter do terroir, afirma o especialista Átila Zavarize. Em resumo, a safra 2021 não foi tão boa quanto a 2020 para a região, no entanto, rendeu resultados muito bons e interessantes para o produtor que fez um bom manejo no vinhedo, sendo que as uvas em destaque para a região da Serra Catarinense segundo Zavarize são: Sauvignon Blanc (para as variedades brancas), Cabernet FrancSangiovese e Montepulciano (para as variedades tintas). O convidado ressaltou que há muitas outras variedades tintas que também se destacam além destas e levaria mais tempo para falar sobre cada uma e devido a isso resolveu ficar apenas nas cepas citadas anteriormente.  
O próximo convidado a se apresentar e a falar sobre as diversidades e singularidades das regiões produtoras do Brasil, mais especificamente do Paraná, Goiás e Distrito Federal, foi o grande profissional do mundo dos vinhos Marcos Vian

Foto: André Gasperin e Marcos Vian durante a apresentação no evento.

Marcos Vian iniciou a sua apresentação falando de como se considera um entusiasta das novas regiões produtoras do Brasil e da importância que há em descobrir novos terroirs, observando o comportamento e os resultados das variedade que são cultivadas nesses lugares. Destacou ainda a importância histórica do Paraná para a viticultura brasileira em números de vinícola e em um passado não muito distante acabou perdendo esse espaço por falta de incentivo e investimentos, cedendo lugar  então a outros tipos de produção. O momento atual do cenário vitivinícola do Paraná está bem melhor e procura resgatar essa identidade através do incentivo de produção local através do Programa REVITIS que tem total apoio do Governo Estadual e das Prefeituras do Estado em parceria com a EMATER, procurando apoiar a produção de suco de uva e vinhos finos. Paralelo a isso, ocorre também o fortalecimento de uma Associação chamada VINOPAR, que é a Associação de Vitivinicultores do Paraná que estão trabalhando em sincronia e prometem resultados muito bons em um futuro bem próximo. A safra no Paraná é conhecida desde 2004/2005 e a região Este do Estado se mostra bastante quente fazendo com que variedades mais precoces como Pinot Noir e Chardonnay amadurecem muito bem e antecipadamente e mesmo as variedades tintas, na metade do mês de janeiro a início de fevereiro elas já estão maduras. Segundo Marcos Vian, na região de Pato Branco os vinhos base de espumante (Pinot Noir e Chardonnay) são o conceito mais próximo ao estilo Champagne que ele conhece no Brasil, pelo fato de que são espumantes que envelhecem muito bem, com ótimo perfil de acidez e estilo bem próprio. Vian também destacou as uvas MalvasiaTannat e Tempranillo como grandes representantes dessa região mais quente do Paraná. 

Adiante, Marcos Vian fala sobre a região metropolitana do Estado. Coritiba vive também um momento de grande entusiasmo em relação a vitivinicultura, sendo configurada como uma região muito fria e de vinhos de altitude (950 metros acima do nível do mar), com destaque para as uvas Tannat, Viognier, Syrah e Cabernet Franc. Há de se destacar também que no entorno de Coritiba existe um grande incentivo ao enoturismo, procurando possibilitar a melhor experiência para os visitantes e clientes. No cenário atual são conferidas mais de 40 vinícolas no Estado do Paraná. 

Subindo para o Centro-oeste do país, Marcos Vian nos fala sobre o cenário da viticultura no Distrito Federal e em Goiás, onde ele teve melhor acesso de conhecimento sobre essa viticultura surpreendente no ano de 2008, quando teve contato mais próximo com o Marcelo de Sousa que fundou a vinícola Pirineus. Para Vian o primeiro contato com aqueles vinhos foi supreendente, pelo amadurecimento, pelo potencial e pela qualidade apresentada. Segundo Marcos Vian, a região está em um momento muito lindo e promissor, e destacou que um de seus parceiros de viticultura está trabalhando atualmente com mais de 50 vinhedos para uvas vitis viníferas e mais 12 vinhedos para uvas de mesa, o que mostra um bom panorama de interesse naquele terroir. No momento há 6 vinícolas que estão se consolidando no Planalto, uma região de altitude que varia entre 900 a 1200 metros acima do nível do mar, de verão rigoroso com temperaturas altas e bastante seco, inverno ameno e de uma ótima amplitude térmica devido a altitude. Na região do Cerrado e Planalto Central é adotado o método de Poda Invertida ou Colheita de Inverno e para Vian os vinhos destas regiões não tem nada a ver com os vinhos do Sul do país, eles se comparam mais aos vinhos da Espanha, do Chile, da Argentina e da Austrália. As uvas em destaque nessas regiões são: Syrah, Tempranillo, Touriga Nacional, Malbec e Primitivo como variedades tintas e as "icógnitas" tem sido as variedades brancas, porém a Sauvignon Blanc tem sido a de maior representatividade no plantio, seguida por Viognier e a já há algumas iniciativas testando a Chardonnay

A próxima participante foi a talentosa Enóloga e Viticultora Isabela Peregrino que abordou sobre as regiões produtoras de Minas Gerais e São Paulo.

Foto: André Gasperin e Isabela Peregrino durante a apresentação no evento. 

Diferentemente dos participantes anteriores que falaram sobre a safra que já aconteceu, a Isabela Peregrino falou da safra que ainda iria acontecer! Você pode estar se perguntando nesse momento: "Mas como assim?!". É que nessas regiões do sudeste do Brasil, é adotada a técnica de Dupla Poda ou Ciclo Invertido ou Colheita de Inverno, são as três formas de se referir ao mesmo processo. Utizando essa técnica é possível enganar a videira e “inverter” o seu ciclo normal com a técnica da dupla poda. Em vez de uma única poda (de produção, como geralmente é chamada) no inverno, são feitas duas. A primeira no inverno, para a formação de ramos, e a segunda no começo do verão, o que fará com que a produção seja deslocada para o outono e inverno. Assim, com essa mudança de data de colheita, regiões em que o inverno é mais seco, como o sudeste brasileiro, conseguem produzir melhores uvas e vinhos do que se o ciclo fosse o convencional. Essa “troca” é ainda mais interessante nesses locais, pois, durante outono e inverno, a diferença de temperatura entre dias e noites também são mais intensas, o que favorece uma melhor maturação das uvas.

Segundo a Enólogo, nesse momento o ciclo se encontra ainda no processo de enchimento dos cachos e destacou que a espectativa é muito alta pra que 2021 seja uma safra muito boa para a região, pois, apesar de terem tido um verão chuvoso essa precipitação não foi tão constante, diferentemente do que ocorreu em 2020 (ano que apesar da qualidade ter sido muito boa a quantidade de produção foi baixa) e isso possibilitou fazer uma boa prevenção e manejo nos vinhedos nesse ano.

Respondendo a uma pergunta do André Gasperin sobre como se dá o manejo e qual o principal temor do produtor durante todo o ciclo vegetativo da videira, Isabela destacou que o principal problema que eles enfrentam na região é o Míldio durante a florada já na segunda poda, pois a florada ocorre geralmente nos meses de fevereiro e março, momento em que a pressão de chuva ainda está alta e se deve então procurar fazer um manejo muito cuidadoso para que não ocorra esse tipo de problema.

A Enóloga Isabela Peregrino ainda destacou as uvas que mostram uma excelente resposta à técnica de Dupla Poda e que se destacam na região, são elas: Syrah (conhecida como a rainha da Dupla Poda entre as tintas) e a Sauvignon Blanc entre as castas brancas. Além destas, as que também dão uma boa resposta são: Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc utilizando porta-enxertos tropicais, mais vigorosos. Outras variedades que através de testes e estudos estão dando uma boa resposta são: Marselan, Tempranillo, Grenache entre as tintas e Marsanne entre as brancas. 

Em resumo, segundo Isabela Peregrino, podemos aguardar uma grande safra de 2021 para a região do sudeste do Brasil, contando com frutos de muita qualidade e de grande produção. 

A última participante e não menos importante, foi a Enóloga e Professora Ana Paula Barros que teve a missão de falar sobre a produção de vinhos e uvas na região do Nordeste brasileiro. 

Foto: André Gasperin e Ana Paula Barros durante a apresentação no evento.

Nascida na região, Ana Paula começa a discorrer a sua fala sobre a importância do evento e da forma de interagir e abraçar o cenário da viticultura brasileira como um todo, mostrando a pluralidade e a diversidade do Brasil como um país produtor de vinhos. Em seguida, a Enóloga focou a sua fala na região do Vale do São Francisco que dispõe de um clima tropical semiárido e que através das técnicas e tecnologias utilizadas se tem colheita de uva o ano todo, no entanto, o clima varia durante o decorrer do ano entre períodos mais chuvosos, outros mais "frios" e outros mais quentes e secos. Segundo a especialista, 70% da produção de vinhos da região é de vinhos espumantes, bebida que na região geralmente se mostra bem fresca, leve, com ótima acidez  e boa intensidade de aromas. Dessa percentagem a grande maioria é de espumante moscatel que é produzido durante o ano inteiro. Destacou-se ainda a importância do manejo e do escalonamento que os produtores fazem em seus vinhedos, onde há aqueles que podem fazer colheitas de 15 em 15 dias pegando os três períodos citados anteriormente e outros que concentram mais a colheita em períodos de inverno (temperaturas amenas) que vai de abril a agosto na região. Outro destaque como novidades da região é a questão da Colheita Noturna que está sendo testada e promete vigorar, além disso, produtores de vinhos Orgânicos já fizeram a sua colheita no presente período destinada a produção de espumantes. As uvas que são novidades e estão sendo testadas por alguns produtores na região são: Macabeo, Fernão Pires e Malbec, que são uvas que ainda não tem seus vinhos sendo comercializados na região. 

Os produtores do Vale do São Francisco se encontram no atual momento em uma grande espectativa pela coroação de Indicação de Procedência (I.P), sendo a primeira e única região com Indicação de Procedência de Vinhos Tropicais do mundo! 

Além disso, a Enóloga Ana Paula Barros falou um pouco sobre a regiões emergentes na produção de vinhos da região nordestina, a saber, Chapada Diamantina e Agreste, e da importância de valorizar essas iniciativas. O Agreste pernambucano conta com um clima tropical de altitude, onde seus vinhedos estão sendo cultivados entre 700 a 800 metros acima do nível do mar e que já estão na segunda colheita e adentrando na esfera comercial da região. É um trabalho que já tem anos de estudos, pesquisas e testes feitos em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco e com a EMBRAPA. Concomitante à isso, a Chapada Diamantina também dispõe de um clima tropical de altitude em que é adotada a técnica do sistema de Dupla Poda nos vinhedos que está oferecendo resultados excelentes para os produtores dessa região. Segundo a Enóloga, já existe um produção em escala comercial na região no entanto, está chegando uma empresa maior que irá produzir em maior escala e com mais variedades, oferecendo maior visibilidade para os vinhos do terroir da Chapada. 

Para Ana Paula, o vinhos do nordeste abraçam muito bem a singularidade do terroir, se mostrando bem frescos e extremamente frutados e com taninos bem marcados, são vinhos genuinamente nordestinos, afirma. 

Em virtude dos fatos citados acima e que decorreram ao longo da apresentação de cada convidado no Fórum, somos levados a observar que além das particularidades que cada safra pode proporcionar, o manejo cuidadoso e a atenção do produtor significa muito para obter excelentes resultados e oferecer um ótimo produto para o consumidor final. A safra de 2021, apesar de algumas dificuldade climáticas como geadas e granizo em localidades pontuais, proporcionou também ótimas condições para a maioria dos produtores independente da região do Brasil, e podemos sim esperar grandes vinhos tranquilos e principalmente espumantes de excelência em nossas taças.   




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