Foto: Rolhas de cortiça.
Por: Fernando Filho
Todos sabemos dos mais diversos e eficientes tipos de vedações criados para os vinhos nas últimas décadas: rolhas sintéticas, screw-cap (tampa de rosca) e até mesmo "rolhas" de vidro. Evidentemente a produção de rolhas de cortiça não suportaria a demanda do mercado, haja visto que a produção de vinhos é cada vez maior e as particularidades que envolvem o cultivo do Sobreiro, a saber: a espera do seu desenvolvimento para o primeiro uso (25 anos desde ter nascido e 9 anos a cada retirada de cortiça), consequentemente o tempo de espera (anos) e a limitação geográfica de áreas que cultivam o Sobreiro são grandes dificultadores para atender o mercado.
Ao longo das décadas a utilização de outros tipos de vedação cresceu bastante e isso nos levou a entender que as rolhas de cortiça tinham os seus dias contados ou pelo menos, ficaria cada vez mais rara e restrita a sua utilização. Acontece que o lado da moeda virou e as questões ecológicas e ambientais turbinaram a produção de rolhas de cortiça. Com o posicionamento de ser ecologicamente correto, muitos produtores estão entrando em um dilema e já repensam no uso das rolhas sintéticas, tampas de rosca (metal) ou de vidro para não contibuir com a disseminação desses materiais no ambiente. Um fator que prova isso é que em 2020 Portugal produziu 40 milhões de rolhas POR DIA!!! Ou seja, 14 milhões e 600 mil rolhas foram produzidas no ano passado e cerca de 100.000 toneladas de cortiça foram estraídas (dados do Associação Portuguesa da Cortiça).
Esses números vem crescendo cada vez mais e o futuro de mercado do uso da cortiça parece querer dar uma reviravolta no que já parecia ser coisa certa. Vejamos o que vai acontecer futuramente e como os produtores irão se comportar diante do fator ecologicamente correto.
Saúde! 🍷🍷
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