sábado, 5 de outubro de 2019

Avaliação pessoal do vinho Marcus James Tannat 2018 🇧🇷

Foto: Rótulo do vinho Marcus James Tannat 2018 e seu aspecto visual (pelo autor). 

SURPREENDEU DEMAAAAIIISSS... 

Produzido na bela Serra Gaúcha, a linha Marcus James da vinícola Aurora traz vinhos varietais com castas bem conhecidas, ideais para o consumo do dia a dia, no entanto, preservando um conceito, uma identidade, e a honestidade de oferecer um produto de qualidade. Nesse caso, trata-se de um varietal 100% Tannat que não estagiou em barricas de carvalho. O que temos em taça é a pura expressão do Terroir e da safra incrível que foi a de 2018. 
No visual exibe um tom vermelho-rubi intenso, brilhante, com mais opacidade no centro e reflexos violáceos. As lágrimas são finas e com certa rapidez na precipitação, compatível com o seu teor alcoólico de 12% apesar de ser um Tannat, que geralmente oferece vinhos bem mais encorpados.
No olfato exibe notas de frutas vermelhas em compota, café, licor de cacau, notas terrosas que lembra solo rico em matéria orgânica em decomposição, couro que lembra sela suada, nota floral de Patchouli, nota herbácea de folhas secas como tabaco e chá preto. 
No paladar o vinho tem boa presença, é saboroso, as notas frutadas, o café e o cacau permanecem intensos, os taninos são muito elegantes e a acidez tem um destaque bem interessante e agradável. O final de boca é saboroso e longo. 
Esse vinho me surpreendeu demais, de uma forma que não esperava. Sabia que ia ser bom, mas não imaginava que seria tão bom assim! Na minha opinião é o melhor varietal da linda Marcus James. Vi e senti nesse vinho o que uma safra excepcional pode mostrar em um vinho bem trabalhado e bem feito e com excelente custo/qualidade. É um Tannat que pode muito bem ser consumido sozinho, mas fica ainda melhor acompanhado por um belo assado de panela, carne vermelha grelhada, massas com molho condimentado e queijo parmesão. 








5 comentários:

  1. Caro Fernando, lembro-me com saudade e nostalgia dos vinhos da linha Marcus James que degustava no meu início como enófilo, contudo não me recordo de ter degustado o Tannat e confesso que me instigou a sua análise acerca do mesmo. Mas sempre gostei dos vinhos da Aurora, em todas as suas propostas, sem contar com o custo atrativo. Digo, se me permitir, que tenho degustado alguns Tannats brasileiros e tem me surpreendido e muito, mas confesso que não esperava um comentário tão eufórico quanto o seu, mas, por outro lado, não me surpreenderia que um Tannat brasileiro agradasse de maneira tal. Tipicidade, DNA brasileiro. Vou comprá-lo! Ah, se me permite também em dizer que criei um blog recentemente e gostaria de compartilhar com você o link caso você se interesse em acessá-lo. Já estou seguindo o seu. Saúde e parabéns pelo entusiasmada dissertação sobre este rótulo. https://vinhosquedegusteiegostei.blogspot.com/

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    1. Prezado Bruno Moraes, muito obrigado pelo comentário e por se tornar um seguidor de O Diário dos Vinhos. Essa interação do leitor é essencial e o que nos impulsiona a cada vez mais publicar nossas experiências e sobre tudo o que envolve esse mundo fantástico dos vinhos. Gratidão, e certamente vou ver seu blog e seguir também.
      Enquanto ao vinho, olha só que legal: Depois de algum tempo que fiz esse post e conheci esse Tannat 2018 da linha Marcus James, o mesmo foi premiado com Medalha de Ouro na Grande Prova de Vinhos do Brasil da edição de 2019, estando entre os primeiros 10 melhores Tannats do Brasil. Eu já tinha ficado maravilhado com ele e quando vi esse resultado, só comprovou a impressão positiva que ele causou. Acredito que a safra influenciou demais nisso, a safra 2018 foi muito especial e trouxe complexidade a esse vinho. Queria compará-lo ao mesmo de outra safra para ver se há uma diferença significativa, mas ainda não tive essa oportunidade. Super recomendo ele amigo. Saúde! 🍷🍷

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    2. Fernando obrigado pelo retorno. De fato a safra 2018 foi emblemática! Li em uma matéria na Revista Adega sobre as expectativas da safra de 2019 e eles mencionam que a de 2018 foi uma das melhores. Que legal que o vinho foi agraciado com o prêmio, sinal de que o seu entusiasmo se corrobora. Vou a procura deste vinho e, quando degustá-lo, certamente darei meu depoimento lá no meu blog. Outra coisa que esqueci de te perguntar e até mesmo para confirmar a informação: esse vinho passou por madeira? Acredito que essa linha de rótulos da Aurora são básicos, vinhos de propostas mais simples. Vi no site do produtor e a informação não constava. Grande abraço!

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    3. Olá Bruno! Só para confirmar que esse vinho não passa por estágio em barricas de Carvalho. O que temos em taça é a pura expressão do terroir e do que foi a safra de 2018. Inclusive, fiz esta correção na postagem, pois tinha pesquisado na época essa informação e acabei sendo induzido erroneamente por um site de vendas que afirmava que tinha passado por madeira, no entanto, essa informação não é verdadeira. Entrei em contato com a vinícola Aurora e eles me confirmaram que o vinho não passou por estágio em barricas de carvalho. O que torna esse vinho ainda mais especial, devido a complexidade de aromas que apresenta. Espero ter ajudado, grande abraço! 🍷🍷

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    4. Fernando, eu também entrei em contato com a Aurora também, por curiosidade, e de fato a resposta foi a mesma que recebeu. Esses sites de compra são tendenciosos, super valorizam o vinho dizendo que passa por madeira, por exemplo, como se isso fosse único quesito que faz do vinho especial. Ou fazem isso por pura desinformação mesmo. Mas há vinhos que apresentam características comuns a de estágio por madeira, mas que são características inerentes ao próprio vinho! Não sei se passou por essas experiências. Preciso comprar esse vinho, mas com essa pandemia fica difícil sair...Ah já que estamos falando em Tannat, segue link de um vinho, que degustei há mais de 5 anos, e que gostei muito da casta Tannat uruguaio. Recomendo fortemente. Saúde e obrigado pelo retorno da resposta. https://vinhosquedegusteiegostei.blogspot.com/search/label/Tannat

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